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terça-feira, 12 de abril de 2011

Aqui termina o caminho


Os sinos cantando, as sombras todas se diluindo
dentro da tarde. Dentro da tarde, o teu grave

pensamento de exílio.

Por que ainda esperas? Aqui termina o caminho,
aqui morre a voz, e não há mais eco nem nada.

Por que não esquecer, agora, as imagens que

tanto nos perturbaram
e que inutilmente nos conduziram
para nos deixar, de súbito, na primeira

esquina?
Essa voz que vem, não sei de onde,
esses olhos que olham, não sei o quê,
esses braços que se estendem, não sei para

onde...

Debalde esperarás que o oco de teus passos

acorde os espaços que já não têm voz.
As almas já desertaram daqui.
E nenhum milagre te espera,
nenhum.

Emílio Moura

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