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terça-feira, 12 de abril de 2011

O LAGO



Rolando as ondas plácidas, que o vento,
Leve, embalava, a superfície fria
Refletindo o estrelado firmamento
Sereno, o lago circular, dormia.

Passara o vento ríspido, que o havia
Feito crespo e feroz. E agora, lento,
Rola, e repete a música harmonia
Antiga, e esquece o temporal violento...

Olha: este lago límpido, e sem fráguas,
De ondas mansas, de leve entumecido
Pela aura branda que lhe beija as águas,

Faz-me rever minhas felicidades:
Assim vivo de ti hoje esquecido,
- Sem anseios, sem ciúmes, sem saudades...


Humberto de Campos
In ‘Poesias Completas’ (1933)

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