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terça-feira, 12 de abril de 2011

Calmaria


Água estagnada
nuvem parada,
folha perdida,
pássaro de asa
partida.


Ó vento que morreis,
de leve, de leve,
despertai!


Luz que se apaga,
sombra diluída,
névoa que vaga,
voz que se cala,
ferida.


Ó voz que adormeceis
de manso, de manso,
gritai, gritai!


Tímida esperança,
pálido desejo:
a tarde tão mansa,
tão lânguida a noite
que vem.


Ó alma náufraga,
como tudo o mais:
desesperai!

Emílio Moura

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