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segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Última semente

Última semente

Eu a tive por última semente,
No silêncio do fim, que desencanta.
Como renasce a vida, fragilmente,
A terra renascera, em muita planta.

A pálida semente, porém, fria,
Eu conheci, na terra, mal lançada,
Simbolismo patético do dia,
Perto da noite e não da madrugada.

Eu conheci, no solo, ressequida,
Tão morta, logo após o seu carinho,
Como a vida ressurge, parte a vida
E a terra tem, calada, igual caminho.

Eu a tive por última semente,
Sem forças, trespassado, mudamente.

Ives Gandra

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